domingo, 20 de junho de 2010

Floriano pronta para acolher Dom Valdemir


A Festa de acolhimento do novo bispo de Floriano, o segundo da nova diocese, Dom Valdemir Ferreira dos Santos, será em 03 de julho, semana em que a cidade comemora 113 anos de emancipação política.
A programação prevê uma grande carreata, saindo do entroncamento do Paracaty, saídas para Teresina e Oeiras, até a praça Dr. Sebastião Martins. A carreata começará às 8:30 da manhã, e os fiéis prometem acolher o novo bispo com bandeiras, cânticos e foguetórios.
A celebração de posse será às 17:00 horas no adro da Catedral de São Pedro de Alcântara, com a presença de bispos, padres, autoridades e toda a comunidade.
Dom Valdemir escolheu como lema episcopal "Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21,17) (Pasce oves meas).

Dom Valdemir Ferreira dos Santos, nomeado bispo de Floriano em 17 de março de 2010, foi ordenado bispo, no último dia 30 de maio, no Ginásio de Esportes Raul Ferraz, na cidade de Vitória da Conquista-BA, quando milhares de féis lotaram as arquibancadas do ginásio.
A celebração episcopal foi presidida pelo arcebispo metropolitano de Vitória da Conquista, dom Luis Gonzaga Pepeu, e também pelo arcebispo de Mariana (MG) e presidente da CNBB Dom Geraldo Lyrio Rocha, do arcebispo emérito de Teresina (PI), Dom Celso José da Silva, e do bispo emérito de Floriano, Dom Augusto Alves da Rocha.


Concelebraram e participaram do ato outros Excelentíssimos e Reverendíssimos Senhores Arcebispos e Bispos: Dom Itamar Vian - Arcebispo de Feira de Santana, Dom Zanoni Demettino Castro - Bispo de São Mateus, Dom Armando Bucciol - Bispo de Livramento de Nossa Senhora, Dom Carlos Alberto dos Santos - Bispo de Teixeira de Freitas/Caravelas, Dom Juarez Sousa da Silva - Bispo de Oeiras, e Dom Cristiano Jakob Krapf. Alguns superiores de Ordens e Congregações religiosas e numerosos presbíteros do clero diocesano e religioso concelebraram a Eucaristia. Contou-se ainda com a participação de diáconos, religiosos e religiosas, seminaristas e vocacionados, autoridades civis e militares e uma multidão de fiéis que superlotou o ginásio, louvando e agradecendo a Deus por mais um servidor que Ele escolheu como Pastor de seu povo, para a Igreja Particular de Floriano.

A primeira missa presidida como bispo foi celebrada ás 18 horas do mesmo dia na paróquia Nossa Senhora das Candeias, aonde desde 1986, vinha exercendo a função de pároco, além de ser vigário regional do Vicariato Sao Lucas, membro do Conselho Fiscal da Cáritas Diocesana, Segundo Tesoureiro da Pastoral da Pessoa Idosa, membro do Conselho Presbiteral e do Colégio dos Consultores e Ecônomo Arquidiocesano.


BIOGRAFIA

Dom Valdemir nasceu no dia 30 de março de 1960, em Itajaí, Município de Nova Canaã, Bahia, Arquidiocese de Vitória da Conquista. Filho de Arcênio Ferreira dos Santos e Maria José dos Santos, ambos falecidos. É o oitavo filho de uma família de 12 irmãos. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar Luís Braga, em Itajaí, onde freqüentou da 1ª a 4ª séries, de 1970 a 1973. No ano de 1974 passou a estudar no Colégio Florestal, em Nova Canaã, onde cursou a 5ª e 6ª séries. Em 1976 passou a estudar em Poções, no Colégio Estadual Doutor Roberto Santos, onde concluiu o 1º Grau em 1977. Continuou seus estudos no Centro Educacional de Poções, onde em 1978 iniciou o 2º Grau. No dia 5 de março de 1979 ingressou no Seminário Diocesano de Vitória da Conquista, matriculando-se no Colégio Diocesano de Conquista, onde em 1980 concluiu o Curso do 2º Grau, tendo como Bispo Diocesano Dom Climério Almeida de Andrade.
De 1981 a 1982 freqüentou o Curso de Filosofia no Seminário Maior do Nordeste de Minas, em Teófilo Otoni, Estado de Minas Gerais. Cursou a Teologia na Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, de 1983 a 1986. Foi ordenado Diácono no dia 8 de março de 1987, ano em que obteve a Licença em Filosofia (Licenciatura Plena) pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras das Faculdades Associadas do Ipiranga, em São Paulo. E no dia 6 de setembro de 1987, em Ibicuí, Arquidiocese de Vitória da Conquista, foi ordenado Presbítero pela imposição das mãos do então Bispo Diocesano Dom Celso José Pinto da Silva.
Após a ordenação exerceu os seguintes ofícios e ministérios: Em 1987 foi nomeado Moderador de três Paróquias (Iguaí, Nova Canaã e Ibicuí) e Administrador Paroquial da Paróquia de São Pedro, em Ibicuí; de 1990 a 1997 foi Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Vitória da Conquista; de 1991 a 1997 também colaborou, como Vigário Paroquial, nas Paróquias São Miguel em Vitória da Conquista, São João Batista em Anagé e na Paróquia Senhor do Bonfim em Barra do Choça. No ano de 1992 obteve o título de Bacharel em Teologia. E em 2002 obteve a Licença (Mestrado) em Teologia Bíblica, pela Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino (ANGELICUM) em Roma. Na mesma Pontifícia Universidade inscreveu-se para o Doutorado. No momento continua trabalhando sua tese que tem como tema: KηΦάζ (Cefas) na literatura paulina. Uma leitura semita da missão do Apóstolo Pedro.
No Regional NE-3 da CNBB foi membro da Equipe de Coordenação da Catequese, de 1987 a 1991; e Coordenador da Pastoral Catequética do Sub-Regional V, de 1990 a 1993.
De 1987 a 1997 foi Coordenador da Pastoral Catequética Diocesana; de 1990 a 1997 lecionou no Curso de Teologia para Leigos, e de 1991 a 1994 foi Professor no Instituto Diocesano de Filosofia. Em 1990 foi eleito membro do Conselho Presbiteral e do Colégio dos Consultores.
Como formador foi também coordenador da Pastoral Vocacional Diocesana 1995 a 1997. Foi Vice-Reitor do Seminário de Filosofia Nossa Senhora das Vitórias, de 1992 a 1994; tornando-se em seguida seu Reitor de 1995-1996; e em 1997 foi nomeado Reitor do Curso Propedêutico. Foi Professor no Instituto de Filosofia Nossa Senhora das Vitórias no período de 1991 a 1992 e no ano de 1994, onde lecionou História da Filosofia Antiga, Introdução ao Mistério de Cristo e Catequese cristã. Como professor lecionou também, de 1990 a 1997 no “Curso de Teologia para Leigos” da Arquidiocese, ministrando as seguintes disciplinas: Cristologia, Eclesiologia, Bíblia e Pastoral.
Em 1991 foi o representante da Arquidiocese junto ao “Conselho Municipal de Ensino Religioso”; em 1996foi eleito Vice-Presidente do “Conselho Municipal da Criança e do Adolescente”, e em 1997 eleito seu Presidente.
De 1993 a 1995 exerceu o ofício de Diretor Espiritual Diocesano do Movimento de Cursilhos de Cristandade; de 1995 a 1996 foi Administrador do Centro Diocesano de Formação para Leigos. E desde 2007 tem sido o Diretor da Escola de Formação Diaconal Arquidiocesana.
Ultimamente vem exercendo os ofícios de Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Candeias, em Vitória da Conquista (desde 2006), Vigário Regional do Vicariato São Lucas, membro do Conselho Fiscal da Cáritas Arquidiocesana, 2º tesoureiro da Pastoral da Pessoa Idosa, membro do Conselho Presbiteral e do Colégio dos Consultores, e Ecônomo Arquidiocesano.
Neste dia 17 de março de 2010 foi nomeado, pelo Papa Bento XVI, 2º Bispo Diocesano de Floriano, no Estado do Piauí. Como servidor do Evangelho de Jesus Cristo para a esperança do mundo, o novo Bispo adotou como lema de seu brasão episcopal: “Apascenta as minhas ovelhas” - Pasce oves meas (Jo 21,17), uma referência bíblica de inspiração e orientação para a missão do novo Pastor.

MENSAGEM AO POVO DE DEUS
DA DIOCESE DE FLORIANO

“Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,17)
“Pasce oves meas”

Excelentíssimo e Reverendíssimo Dom Augusto Alves da Rocha, caríssimos Sacerdotes, Diáconos, Religiosos(as), demais Consagrados(as), Seminaristas e Vocacionados, Catequistas, Animadores das CEB’s, Movimentos e Pastorais, homens e mulheres de boa vontade, e todo o “Povo de Deus” da Igreja Particular que está em Floriano, “a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco”!

Caros irmãos e irmãs, com espírito de fé e humildade aceitei o chamado da Igreja, por nomeação do Santo Padre, o Papa Bento XVI, para suceder ao meu dileto irmão Pastor e Profeta, Dom Augusto Alves da Rocha, no governo e pastoreio da Diocese de Floriano. Estou consciente da nobre, mas também desafiadora missão que ora o Senhor me confia. Em minhas orações tenho dado graças ao Deus, Senhor da vida e da esperança, por todos vós, enquanto alegro-me pela “atividade de vossa fé, o esforço da vossa caridade e a perseverança da vossa esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 1,3).

Estou indo até vós para somar e caminhar com uma Igreja viva, discípula e missionária de Jesus Cristo. Neste momento de transição, muitas perguntas e incertezas ressoarão em nossos corações, como aquela de São Tomé: “Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho? (Jo 14,5). Mas, ao mesmo tempo, reavivamos o dom de Deus que há em nós (2Tm 1,6), pois, “com a alegria da fé, somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, n’Ele, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação (DA 103), à luz da evangélica opção pelos empobrecidos, o que, aliás, tendes procurado fazer com solicitude (Gl 2,10).

Confesso, a minha satisfação é imensa ao saber que em breve, com a graça de Deus, estarei convosco, na firme esperança de que a nossa missão é para a “glória de Deus Pai, para o nosso bem e da Santa Igreja”. Enfim, confio o meu pastoreio à Virgem Maria, a discípula missionária mais perfeita do Senhor, e a São Pedro de Alcântara, para que na luz do Ressuscitado e com a força e a unção do Espírito Santo, também ecoem no templo do meu coração as Palavras do Mestre e Bom Pastor: “Apascenta as minhas ovelhas”.

A todos o meu carinhoso e paternal abraço, e a minha bênção.


Mons. Valdemir Ferreira dos Santos
BISPO ELEITO DE FLORIANO




Fonte: cnbb.org.br; paróquia S.Pedro de Alcântara; paroquiadaconquista.org

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Você deixou de ler o terço por causa das "vãs repetições de Mt 6,7-8?


“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos..."

Por causa deste versículo e, pressionados pela abordagem dos protestantes, muitos bons católicos deixam de rezar a santa oração do Terço, devido à citação “vãs repetições”. O texto abaixo nos ajuda a compreender melhor essa passagem bíblica.

O versículo em questão traz o seguinte, segundo a tradução da Bíblia de Jerusalém: Nas vossas orações não useis de vãs repetições, como os gentios, porque imaginam que é pelo palavreado excessivo que serão ouvidos. Não sejais como eles, porque vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de lho pedirdes. Em seguida, Jesus ensina o Pai-Nosso.

Não deixem de praticar tão piedosa oração que é o santo terço. Quem dera se as pessoas deste mundo ao invés de repetir os mesmos pecados, repetissem orações. Na verdade, a chave para entender esta passagem não está na palavra repetições, mas na palavra vãs. Entende? A oração do terço se baseia na repetição de Ave-Marias e Pais-Nossos, mas jamais tais orações serão vãs, ou seja, despropositadas e orgulhosas, se devidamente proferidas.

Logo após essas palavras, Jesus ensina o Pai-Nosso, dizendo, portanto, orai desta maneira. Tal exemplo de oração foi absorvido pelo povo que a escutou e, sem dúvida alguma, repetida diversas vezes, ao longo de toda uma vida e ao longo de toda a vida da Igreja Cristã. Jesus queria, com estas palavras, alertar mais uma vez o povo contra os que pretendiam atrair a atenção dos homens, em detrimento a Deus. São os fariseus, que gostavam de alardear sobre suas virtudes de oração e jejum, enquanto tinham no coração uma piedade falsa.

Daniel J. Harrington, s.j. escreve, sobre essa passagem, o seguinte: Na devoção judaica, a oração de súplica era muito importante e os discípulos de Jesus são exortados a não confundir quantidade com qualidade (v.7). Como Pai amoroso, Deus conhece as necessidades de seus filhos antes mesmo que eles façam seus pedidos, mas ele quer que eles peçam com fé e confiança (v.8). Na súplica, mais do que informar Deus de alguma situação, expressamos nossa dependência e nossa fé1. Portanto, não há porque considerar como vãos o Pai-Nosso ou a Ave-Maria somente porque são repetidos. O que Deus enxerga é a postura do coração ao recitá-los, e não a postura do ego de quem repete.

São Paulo nos diz para orar sem cessar (cf. 1Ts 5,17) e que nós oremos sempre e por tudo (Ef 5,20). Como, então, fazer isso? Segundo algumas versões, foi praticando exatamente este orai sem cessar que nasceu o terço. Nos mosteiros antigos praticava-se a leitura de todos os salmos, todos, ao longo de um dia inteiro. Assim os monges poderiam orar sem cessar. Entretanto, ao longo dos anos, os salmos foram sendo substituídos pela Ave-Maria, posteriormente intercalando-se a oração do Senhor. Como existem 150 salmos, a substituição gerou 150 Ave-Marias, ou seja, um rosário. Qualquer oração que seja, dita com piedade, perseverança, amor e fervor, será bem aceita, seja ela repetida ou não, porque não será vã. Entendeu?

Vejamos, também, que, em comparação, muitas igrejas protestantes que possuem um ritual litúrgico, como os luteranos, anglicanos, metodistas, e alguns presbiterianos, possuem livros de orações, repetidas à semelhança dos católicos, como o Credo Niceno entre outros. Inclusive existem luteranos que rezam um terço adaptado. Sem contar, também, as expressões de louvor, repetidas à exaustão, de quase todos os protestantes neopentecostais (Aleluia! Glórias a ti, Senhor! etc.). Não creio que eles, que gritam sem cessar tais expressões, consideram isto como vã repetição. Outro exemplo de repetição de uma oração está no Salmo 136. Leia e conte quantas vezes aparece o verso porque o seu amor é para sempre. O que desagrada a Deus não é a repetição da oração, mas como ela é feita.

Enfim, podemos concluir que uma leitura rápida e literal da Bíblia pode levar a desfechos indesejados. Não, não é uma vã repetição rezar o terço, não é uma vã repetição rezar o Pai-Nosso, não é vã a repetição que se faz de coração aberto, sincero e piedoso.

Para terminar, deixo uma exortação de São João Crisóstomo: "Nada se compara em valor à oração; ela torna possível o que é impossível, fácil o que é difícil. É impossível que caia em pecado o homem que reza”.




Fonte
RIBEIRO, Rondinelly. Apostolado Veritatis Splendor: Mateus 6,7-8 e as "vãs repetições". Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/4017. Desde 23/10/2006.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Corpus Christi

Existe no decorrer do ano, diversas datas que são definidas como feriado, seja, municipal, estadual ou nacional. Geralmente, um feriado sempre é bem vindo; para muitos sinônimo de folga no trabalho e diversão. Mas, há uma questão muito séria que encontra-se por trás de alguns destes feriados, são "dias santos", por conseqüência consagrado há alguma entidade venerada por multidões; estes feriados é uma forma de devotar louvor ou veneração a personagens declarados como "santos" (1Co 10.19,20).
Irmãos queridos somos chamados a uma vida santa (separada) e compromissados com as verdades de Deus que estão expressas de forma clara na Bíblia; o Espírito Santo move e faz-nos ver que é incompatível com a fé verdadeira participar destas consagrações tradicionais em algumas cidades. E, na condição de separados que somos, é sábio declararmos diante das trevas que anulamos em nome de Jesus Cristo, todo poder e autoridade constituída pelos homens às forças espirituais contra nossas vidas. O passo seguinte é procurarmos viver um dia, de muita vigilância e consagração ao Senhor (Mt 26.41), para que não sejamos atingidos pelo inimigo.

Corpus Christi é uma festa ao Corpo de Cristo. É uma data adotada na Igreja Católica, para comemorar a presença real de Jesus Cristo no sacramento da Eucaristia, pela mudança da substância do pão e do vinho na de seu corpo e de seu sangue (O Catolicismo declara que a hóstia, torna-se literalmente em Carne e Sangue do Senhor Jesus).
A seguir, veja como iniciou-se esta comemoração:

A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século XII. A Igreja sentiu necessidade de realçar a presença real do "Cristo todo" no pão consagrado. Esta necessidade se aliava ao desejo do homem medieval de "contemplar" as coisas. Surgiu nesta época o costume de elevar a hóstia depois da consagração. Disseminava-se uma controvertida piedade eucarística, chegando ao ponto das pessoas irem à igreja mais "verem" a hóstia do que para participarem efetivamente da eucaristia
A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes. O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico.
Juliana nasceu em Liège em 1192 e participava da paróquia Saint Martin. Com 14 anos, em 1206, entrou para o convento das agostinianas em Mont Cornillon, na periferia de Liège. Com 17 anos, em 1209, começou a ter ‘visões’,
(que retratavam um disco lunar dentro do qual havia uma parte escura. Isto foi interpretado como sendo uma ausência de uma festa eucarística no calendário litúrgico para agradecer o sacramento da Eucaristia). Com 38 anos, em 1230, confidenciou esse segredo ao arcediago de Liège, que 31 anos depois, por três anos, será o Papa Urbano IV (1261-1264), e tornará mundial a Festa de Corpus Christi, pouco antes de morrer.
A ‘Fête Dieu’ começou na paróquia de Saint Martin em Liège, em 1230, com autorização do arcediago para procissão eucarística só dentro da igreja, a fim de proclamar a gratidão a Deus pelo benefício da Eucaristia. Em 1247, aconteceu a 1ª procissão eucarística pelas ruas de Liège, já como festa da diocese. Depois se tornou festa nacional na Bélgica.
A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264, 6 anos após a morte de irmã Juliana em 1258, com 66 anos. Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII.
O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada antes de 1270.
O ofício divino, seus hinos, a seqüência ‘Lauda Sion Salvatorem’ são de Santo Tomás de Aquino (1223-1274), que estudou em Colônia com Santo Alberto Magno. Corpus Christi tomou seu caráter universal definitivo, 50 anos depois de Urbano IV, a partir do século XIV, quando o Papa Clemente V, em 1313, confirmou a Bula de Urbano IV nas Constituições Clementinas do Corpus Júris, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial. Em 1317, o Papa João XXII publicou esse Corpus Júris com o dever de levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas.
O Concílio de Trento (1545-1563), por causa dos protestantes, da Reforma de Lutero, dos que negavam a presença real de Cristo na Eucaristia, fortaleceu o decreto da instituição da Festa de Corpus Christi, obrigando o clero a realizar a Procissão Eucarística pelas ruas da cidade, como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública da fé na presença real de Cristo na Eucaristia.
Em 1983, o novo Código de Direito Canônico – cânon 944 – mantém a obrigação de se manifestar ‘o testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia’ e ‘onde for possível, haja procissão pelas vias públicas’, mas os bispos escolham a melhor maneira de fazer isso, garantindo a participação do povo e a dignidade da manifestação.
A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse :‘Este é o meu corpo...isto é o meu sangue... fazei isto em memória de mim’. Porque a Eucaristia foi celebrada pela 1ª vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o domingo depois de Pentecostes.

Os dados históricos foram colhidos em sites Católicos, facilmente encontráveis na rede.

Elias R. de Oliveira

terça-feira, 1 de junho de 2010

A presença Real de Cristo na Eucaristia

Igreja nunca duvidou dessa verdade

Desde que Jesus instituiu a Eucaristia na Santa Ceia, a Igreja nunca cessou de celebrá-la, crendo firmemente na presença do Senhor na Hóstia consagrada pelo sacerdote legitimamente ordenado pela Igreja. Nunca a Igreja duvidou da presença real do Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor na Eucaristia. Desde os primeiros séculos os Padres da Igreja ensinaram esta grande verdade recebida dos Apóstolos.


Na Última Ceia, Jesus foi muito claro: "Isto é o meu corpo". "Isto é o meu sangue" (Mt 26,26-28). Ele não falou de "símbolo", nem de "sinal", nem de "lembrança". São Paulo atesta a presença do Senhor na Eucaristia quando afirma: "O cálice de benção, que bebemos, não é a comunhão do Sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é a comunhão do Corpo de Cristo?" (1Cor 10,16).E o Apóstolo, que não estava na Última Ceia, recebeu esta certeza por revelação especial do Senhor a ele: "O Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: Tomai e comei; isto é o meu corpo, que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Igualmente também, depois de ter ceado, tomou o cálice e disse: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto em memória de mim todas as vezes que o beberdes"(1Cor 11,23-29).


Sem dúvida a Eucaristia é o maior e o mais belo milagre que o Senhor realizou e quis que fosse repetido a cada Missa, para que Ele pudesse estar entre nós, a fim de nos curar e nos alimentar. "A Eucaristia é 'fonte e centro de toda a vida cristã' (LG,11). Os restantes sacramentos, porém, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa" (PO,5 e CIC n.1324).


O Catecismo da Igreja nos garante que "Os milagres da multiplicação dos pães... prefiguram a superabundância deste pão único da Eucaristia" (CIC, n.1335). Tudo o que foi dito até aqui está baseado principalmente nas próprias palavras de Jesus, naquele memorável discurso sobre a Eucaristia, na sinagoga de Cafarnaum, que São João relatou com detalhes no capítulo 6 do seu Evangelho: "Eu sou o Pão vivo que desceu do céu... Quem comer deste Pão viverá eternamente; e o Pão que eu darei é a minha carne para a salvação do mundo... O que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia... Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida."


Não há como interpretar de modo diferente estas palavras, senão admitindo a presença real e maravilhosa do Senhor na Hóstia sagrada. Lamentavelmente a Cruz e a Eucaristia foram e continuam a ser "pedra de tropeço" para os que não crêem, mas Jesus exigiu até o fim esta fé. Aos próprios Apóstolos ele disse: "Também vós quereis ir embora?" (Jo 6,67). Ao que Pedro responde na fé, não pela inteligência: "Senhor, a quem iremos, só Tu tens palavras de vida eterna"(68). Nunca Jesus exigiu tanto a fé dos Apóstolos como neste momento. E, se exigiu tanto, sem dar maiores esclarecimentos como sempre fazia, é porque os discípulos tinham entendido muito bem do que se tratava, bem como o povo que o deixou dizendo:"Estas palavras são insuportáveis? Quem as pode escutar?" (Jo 6,60).


Também para cada um de nós a Eucaristia será sempre uma prova de fogo para a nossa fé; mas, crendo na palavra do Senhor e no ensinamento da Igreja, seremos felizes. Quando Lutero pôs em dúvida a presença real e permanente do Senhor na Eucaristia, o Concílio de Trento (1545-1563) assim se expressou: "Porque Cristo, nosso Redentor, disse que o que Ele oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente o seu Corpo, sempre na Igreja se teve esta convicção que o sagrado Concílio de novo declara: pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue; e esta mudança, a Igreja católica chama-lhe com justeza e exatidão, transubstanciação" (DS, 1642; CIC n.1376).


Acima de tudo é preciso recordar que a Igreja recebeu do Senhor o carisma da infalibilidade em termos de fé e de moral, a fim de não permitir que os seus filhos sejam enganados no caminho da salvação (cf. Jo 14,15.25; 16,12-13). Portanto, o que a Igreja garante há vinte séculos, jamais podemos duvidar, sob pena de estarmos duvidando do próprio Jesus.


Para auxiliar a nossa fraqueza, Deus permitiu que muitos milagres eucarísticos acontecessem entre nós: Lanciano (sec VIII), Ferrara (1171), Orvieto (1264), Offida (1273), Sena (1330 e 1730),Turim (1453), etc., que atestam ainda hoje o Corpo vivo do Senhor na Eucaristia, comprovado pela própria ciência. Há tempos, foi traçado na Europa um "mapa eucarístico", que registra o local e a data de mais de 130 milagres, metade deles ocorridos na Itália.




Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe
Site do autor: www.cleofas.com.br


01/06/2010 - 08h06