“De fato, Cristo não me enviou para batizar, mas para anunciar o evangelho – sem sabedoria de palavras, para não esvaziar a força da cruz de Cristo. A pregação da cruz é loucura para os que se perdem, mas para os que são salvos, para nós, ela é a força de Deus” (1 Cor 1,17.18).
A crucificação já existia antes do poderoso Império Romano. Tem a sua origem na Pérsia.
No império romano, em principio era reservado as classes baixas, os escravos e os estrangeiros.
Em todo domínio do Império a crucificação era praticada com grande crueldade e requinte de perversidade.
Para os nobres e intelectuais romanos a crucificação era considerada uma punição terrível, escandalosa e bárbara, da qual se devia evitar até ouvir e falar sobre ela.
Para o grande político e o maior orador romano Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.) falou dessa punição horrorosa. Disse ele: “Era a mais cruel e revoltante penalidade, que devia ser reservada só para os escravos, e em último caso”. “A própria palavra cruz, devia não apenas ficar longe do corpo de um cidadão romano, mas também de seus pensamentos, de seus olhos e seus ouvidos”, escreveu o autor das famosas catilinárias.
Para o cidadão romano ou estrangeiro que tinha a cidadania romana, a pena capital era a decapitação pelo golpe de espada romana.
Os dois primeiros apóstolos mártires de Roma: São Pedro e São Paulo. O primeiro foi crucificado de cabeça para baixo, que também era costume e o segundo pela sua cidadania romana foi decapitado.
A MENSAGEM DA CRUZ
“Quem não procura a cruz de Cristo, não procura a glória de Cristo”.
São João da Cruz (1542-1591)
Sacerdote e Doutor da Igreja
A cruz é a expressão monumental do triunfo do glorioso cristianismo e o logotipo da santíssima fé vitoriosa. A cruz é o marco central do amor da redenção humana pela graça do bom Deus. A mensagem mais poderosa do mundo é a proclamação da cruz de Cristo. É o maior escândalo e a maior loucura para os incrédulos.
A verdadeira pregação do evangelho é centralizada no Cristo crucificado e ressuscitado (1 Cor. 2,2; At 2,23.24).
A cruz e o símbolo mais importante e conhecido do cristianismo. Assim professamos no Credo Apostólico: “Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”.
De tantos crucificados numa terra pobre, miserável, conturbada, cheia de conflitos políticos e religiosos, tão distantes da capital do Império Romano, porque um crucificado causou tanta agitação para as autoridades judaicas e romanas?
A resposta foi registrada pelo apóstolo São Mateus: “O centurião e os que com ele guardavam Jesus, ao verem o terremoto e tudo mais que estava acontecendo ficaram muito amedrontados e disseram: De fato, este era o filho de Deus!”
(Mt 27,54).
De todos os crucificados na Palestina, o Filho de Deus é o mais famoso de todos até o dia de hoje. A sua missão na cruz foi para salvar a humanidade e para que, em nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua confesse: “Jesus Cristo é o Senhor” para a glória de Deus Pai (Fl 2,10.11).
A sua cruz foi fincada no monte do calvário na Palestina e sua ressurreição para o Universo. Jesus é a personalidade mais famosa do mundo, seja: na arte, na literatura, no cinema, no teatro e na internet.
O Servo foi crucificado e ressuscitado como Senhor e Deus (Jo 20,28). Ele foi o Cordeiro imolado e humilhado para ser Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16).
O SIGNIFICADO DA RESSURREIÇÃO
Mas o anjo, respondendo, disse as mulheres: “ Não tenhais medo, pois eu sei que buscai a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou. ( Mateus 28, 5.6)
No primeiro dia da semana, algumas mulheres piedosas madrugaram para ir ao sepulcro do Senhor Jesus. Buscavam o crucificado, Mas não acharam o corpo dele, encontraram um anjo que lhes deu essa magnífica notícia: “Ele não está aqui, porque já ressuscitou”. Que grande significado estas palavras tem!
Já ressuscitou – Ele vive! Aquele que por amor a nós foi para a cruz e cumpriu a obra infinitamente penosa da salvação agora está vivo. Vivo para nunca mais morrer, depois de haver ressuscitado, subiu aos céus, a esfera espiritual da qual ele cuida de nós. Temos um Senhor vivo e glorificado, a quem podemos seguir, servir e adorar e que nos ama.
Já ressuscitou – Ele venceu! Por meio da obediência de seu Filho até a morte, Deus foi glorificado.
Jesus satisfez todas as exigências do santo e justo Deus. Tudo esta cumprido, por isso o Deus o ressuscitou. No Gólgata, o Cristo venceu o pecado, a morte, o diabo e o mundo.
Já ressuscitou – Ele nos fez participantes da sua vitória! “Quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá; e todo aquele que crê em mim nunca morrerá” (João 11, 25-26). Somos filhos de Deus estamos unidos ao Cristo vivo. A vida dEle é nossa vida. O Deus dele é nosso Deus. O Pai dele é nosso Pai. Portanto “se nós somos filhos, logo somos herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” ((Romanos 8,17).
A ressurreição do Senhor Jesus é parte do fundamento da fé cristã. Os Evangelhos apresentam o relato histórico desse fato.
O livro de Atos dá testemunho desse acontecimento; nas Epístolas encontramos o significado e as conseqüências dela.
O significado da ressurreição de Cristo está enfatizado em Romanos 4,25: “O qual nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa salvação”. Cristo morreu na cruz em nosso lugar. Ali Deus o castigou por nossos pecados e pelos seus também, querido leitor.
Mas, somente a partir da ressurreição sabemos que Deus aceitou o sacrifício do nosso substituto. A ressurreição nos confere a plena segurança da nossa fé e da salvação.
Deus foi infinitamente glorificado pela obra de seu filho, e como demonstração de sua aprovação o ressuscitou. Em virtude disto sabemos que o sacrifício de Cristo foi aceito. Com toda tranqüilidade podemos descansar nessa certeza. Ele também é à base de nossa confiança em Deus e em sua Palavra. Nossa esperança no por porvir está igualmente ligada a ressurreição, porque o Cristo ressuscitou é chamado de “as primícias dos que dormem” (1 Coríntios 15,20).
Por assim dizer, ele é o primeiro fruto de uma colheita que abrange todos os redimidos que morreram e ainda morrerão.
Eles ressuscitarão com um corpo glorificado quando o Senhor vier para arrebatar aos seus. Até “lá, vivamos de maneira que o agrade e honre o bom nome que sobrevós foi invocado.” (Tiago, 2,7).
CONCLUSÃO
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo por sua morte e ressurreição venceu definitivamente o pecado, o império da morte e todo o sistema diabólico.
Pelo Senhor Jesus, pela sua Vitória, nos somos vitoriosos também: Cristo Jesus, que morreu, ou melhor, que ressuscitou, que está a mão direita de Deus Pai, é que intercede por nós!… Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou (Romanos 8,34,37).
O maior presente que o bom Deus podia ter nos dado, Ele nos deu, enviando ao mundo SEU FILHO JESUS. E, por Jesus, nós podemos chamar a esse DEUS de PAI.
“Enviou Deus aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que chama: Abra, Pai! De modo que já não és mais escravo, mas filho. E se és filho és também herdeiro da graça de DEUS” (Gl 4,6.7).
A ressurreição de Cristo foi o maior acontecimento de transformação na história da humanidade Foi o único que tem todo o poder de mudar a vida de milhares de pessoas que estão “mortas” pelos delitos e pecados, com suas mentes e corpos escravizados pelos vícios. A única solução para estas pessoas é o arrependimento de suas ofensas contra Deus e a purificação de suas almas pelo sangue de Jesus Cristo, por meio de uma verdadeira conversão ao Cristo Redentor.
Daí viver sempre em comunhão com Cristo e na profunda experiência de seu eterno amor. Estudando sempre a Sagrada Escritura, fiel a Eucaristia e na caminhada eclesial.
Ele disse: “Eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 18,20).
Ele vive e reina. Ele é louvado, adorado e glorificado em nossos corações por nosso testemunho para sempre.
por Pe. Inácio José do Vale, Professor de História da Igreja - Faculdade de Teologia de Volta Redonda
Católicos na Rede, postado em http://www.comshalom.org
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