quinta-feira, 20 de maio de 2010

CELEBRANDO PENTECOSTES




Pentecostes (em grego antigo πεντηκοστή [ἡμέρα], pentekostē [hēmera], "o quinquagésimo [dia]") é uma das celebraçőes importantes do calendário cristão, e comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo. O Pentecostes é celebrado 50 dias depois do domingo de Páscoa. O dia de Pentecostes ocorre no décimo dia depois do dia da Ascençǎo. Pentecostes é historica e simbolicamente ligado ao festival judaico da colheita, que comemora a entrega dos Dez mandamentos no Monte Sinai cinquenta dias depois do Êxodo. Para os critāos, o Pentecostes celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e seguidores de Jesus, através do Dom de línguas, como descrito no Novo Testamento, durante aquela celebração judaica do quiquagésimo dia em Jerusalém. Por esta razão o dia de Pentescostes é às vezes considerado o dia do nascimento da igreja.

Durante 40 dias tivemos a oportunidade de viver a presença de Jesus Ressuscitado em nosso meio. O Espírito Santo nos foi prometido e concedido pelo próprio Jesus no dia de sua Ressurreição: Recebei o Espírito Santo (Jo 20,22).

Jesus havia-o já anunciado quando afirmou: Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena (Jo 16,13). Mas foi no Pentecostes que o Espírito foi derramado sobre os Apóstolos e sobre toda a comunidade (At 2,1-13).
A presença do Espírito Santo nas pessoas e na comunidade eclesial se torna perceptível principalmente através de seus dons e carismas, concedidos a todos e a cada um para a unidade da Igreja (Ef 4,1-7). Essa variedade de dons é resumida pela Igreja na doutrina dos sete dons: sabedoria, entendimento, ciência, conselho, piedade, fortaleza e temor de Deus. É bom que reflitamos brevemente sobre cada um deles.
O dom da sabedoria fortalece nossa caridade e preparando-nos, desde já, para a visão plena de Deus, conferindo-lhe um conhecimento eminente. O sábio, segundo Deus, não é aquele que sabe coisas sobre Deus, mas que vive Deus. Não é o que simplesmente fala de Deus, mas quem o contempla. A sabedoria traz o gosto de Deus e de sua Palavra, permitindo-nos avaliar corretamente as realidades terrenas.
O dom do entendimento torna a nossa fé luz segura e sólida para o nosso caminho. Mediante este dom, o Espírito Santo nos permite perscrutar as profundezas de Deus, comunicando ao nosso coração uma particular participação no conhecimento divino, nos segredos do mundo e na intimidade do próprio Deus.
O dom da ciência nos permite um juízo reto sobre as criaturas, não colocando nelas a felicidade perfeita, nem o fim absoluto de tudo o que somos e temos. Faz com que o ser humano entenda que a aparência deste mundo é passageira (1Cor 7,31). O dom da ciência orienta-nos para Deus, desapegando-nos das criaturas.
O dom do conselho nos é dado para sanar a nossa natural precipitação ao dar uma resposta a um problema concreto que nos angustia, a uma escolha que devemos fazer. Quem acolhe este “conselho” sente-se em paz, sereno, readquire força e esperança. Também compreende que todos temos fraquezas e, portanto, devemos olhar-nos com olhos de compaixão.
O dom da piedade nasce de um Deus piedoso, bondoso e cheio de misericórdia para com os que erram. Nosso Deus é Deus da aliança e do perdão. Se Deus vive a sua aliança com o homem de maneira tão envolvente, o homem, por sua vez, sente-se também convidado a ser piedoso com todos.
O dom da fortaleza nos torna corajosos para enfrentar as dificuldades da vida cristã. Torna forte e heróica a fé. Lembremos a coragem dos mártires. Dá-nos perseverança e firmeza nas decisões.
A fortaleza manifesta-se também na esperança. Afirma o profeta Isaías: “Os que esperam em Jahweh renovam suas forças, criam asas como águias, correm e não se fadigam, andam e não se cansam” (Is 40,31). Todos nós precisamos da força do Espírito Santo!
O dom do temor de Deus, tratando-se de um dom do Espírito Santo, não deve confundir-se com o medo de Deus. Também não significa uma atitude servil diante de Deus. Este dom nos mantém no devido respeito diante de Deus e na submissão à sua vontade, afastando-nos de tudo o que lhe possa desagradar.
A confiança no Senhor constitui a terceira característica do temor de Deus. Diz o livro do Sirácida: O temor do Senhor é glória e honra, alegria e coroa de júbilo. Alegra o coração, dá contentamento, gozo e vida longa. A raiz da sabedoria é o temor do Senhor; e seus ramos são vida longa (Sir 1,11-12).
O Catecismo da Igreja nos adverte para a dimensão missionária da ação do Espírito Santo. É Ele, de fato, que concede seus dons para nos associar à sua obra, para nos tornar capazes de colaborar com a salvação dos outros e com o crescimento do Corpo de Cristo (n. 2003).
O decreto “Ad Gentes” põe em evidência o caráter missionário dos dons e carismas ao afirmar que o Espírito unifica a Igreja na comunhão e no ministério, dotando-a de vários dons... vivifica as instituições eclesiásticas... incute no coração dos fiéis o mesmo espírito missionário, pelo qual era movido Cristo (AG, 4).
João Paulo II, na “Redemptoris Missio”, afirma que o Espírito Santo é o protagonista de toda missão eclesial, quer nas consciências e nos corações humanos, quer na história (n. 21). É dele que parte o “mandato missionário” (n. 23).
A vinda do Espírito Santo fez dos Apóstolos, e hoje faz de nós, testemunhas e profetas (At 1,8; 2,17-18). Ele mesmo assume a função de “guia” e dá impulso à missão, “abre as portas” para a evangelização, reunindo o povo de Deus na escuta do Evangelho, na comunhão fraterna, na oração e na Eucaristia.
A missão é um compromisso comunitário, uma responsabilidade da Igreja local que necessita de “missionários” para se expandir em direção a novas fronteiras da missão “ad gentes”, sem limites de espaço, nem de tempo, atingindo, não apenas os indivíduos, mas também a sociedade, a história, os povos, as culturas e as religiões (RMi, 28).
Unidos aos cristãos do mundo inteiro, reunidos com Maria, “a mãe missionária”, acolhamos com alegria e com abertura de coração o Espírito Santo, Dom de Deus.



Pe. Valter Goedert Instituto Teológico de SC (Itesc) Florianópolis, SC


ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO (JOÃO XXIII)



Ó Espírito Paráclito, aperfeiçoai em nós o trabalho feito por Jesus: fazei-nos capazes de continuar a orar fervorosamente em nome de todo o mundo; apressai em todos nós o crescimento para uma profunda vida interior; dai-nos vigor no nosso apostolado, de modo que ele possa atingir todos os homens e todos os povos, todos redimidos pelo sangue de Cristo e todos lhe pertencendo.Ó Espírito Paráclito, mortificai em nós o orgulho natural, e elevai-nos à região da santa humildade, do verdadeiro temor de Deus, da coragem generosa.


Não permitais que nenhum apego terreno nos impeça de honrar a nossa vocação, nenhuma consideração cobarde perturbe os direitos da justiça, nenhuma mesquinhez limite a imensidão da caridade aos estreitos confins de um egoísmo desprezível.Ó Espírito Paráclito, fazei que tudo em nós seja em grande escala: a busca da verdade e a devoção a ela, a prontidão para o sacrifício de nós próprios, mesmo até à cruz e à morte; e que tudo, finalmente, seja segundo a última oração do Filho ao Pai celeste, e segundo o vosso Espírito, ó Santo Espírito de amor,que o Pai e o Filho desejaram que fosse derramado sobre toda a Igreja e suas instituições, sobre as almas dos homens e sobre as nações. Amém

Nenhum comentário:

Postar um comentário